Investigando na internet, trabalhos que nos possam socorrer sobre as teses que defendemos, publicamente, ao longo dos anos, deparámo-nos com uma que, em termos meramente temporais, poderemos considerar recente: a tese de Mestrado no ISEG, de Ana Luísa Garcia - O Turismo Sustentável como Instrumento de Desenvolvimento Económico: O caso das Ilhas do Triângulo Açorianas (Pag.28) 2011.07.07 - www.repository.utl.pt
E refere a autora a propósito: “O turismo sustentável é cada vez mais relevante devido à aceleração da degradação ambiental e ao seu impacto e capacidade de prejudicar o progresso económico nos países em desenvolvimento. Como tal, nesta tese abordam-se os aspectos relevantes da sustentabilidade no turismo a nível mundial e posteriormente especifica-se o caso das Ilhas do Triângulo açorianas, Pico, Faial e São Jorge, como ecossistemas únicos no desenvolvimento do turismo. A experiência oferecida no destino turístico deve ser memorável, satisfazendo os visitantes e contribuindo para a repetição e recomendação do destino.
Desta forma, pretende-se apresentar a sustentabilidade como um factor imprescindível no desenvolvimento passado, actual e futuro da humanidade, verificando-se se os aspectos teóricos expostos já se encontram patentes e em utilização pela sociedade actual. (…)Deste modo, conclui-se que os investidores das ilhas devem considerar e melhorar os atributos mais criticados, como a gastronomia e a restauração, os transportes e a falta de oferta de actividades lúdicas e guias turísticos. Devem também continuar a valorizar a singularidade do turismo de natureza, sustentável e rural para engrandecer o desenvolvimento económico.”
Há dias, no jornal PÚBLICO, edição de 21 de Julho, no espaço destinado à divulgação especial de recomendáveis destinos de férias – Cá dentro - encontrámos esta interessante e sugestiva prop erência a umas férias de sonho nas nossas ilhas e desta vez com um pacote muito abrangente, o que não é comum e citamos parte:
“Preço desde 1945€/pessoa em quarto duplo. Para os amantes da natureza, aqui fica uma sugestão de viagem para conhecer sete das nove ilhas dos Açores: São Miguel, flores, Corvo, Faial, Pico, São Jorge e Terceira. Avião, taxas, travessias de barco, circuito em autocarro de turismo, guia e alojamento em hotéis com pensão completa. De 4 a 13 de Agosto. www.pintolopesviagens.com“
Sem qualquer intuito publicitário, até porque o mesmo se inicia amanhã, julgamos ser o primeiro apelo feito num jornal de referência nacional, a uma visita num mesmo pacote, incluindo tantas ilhas. Ficam de fora duas (Santa Maria e Graciosa) mas são incluídas as Flores e o Corvo, que quantas vezes eram “esquecidas”…
Pelo preço apresentado, será uma viagem bem programada, organizada a preceito, com “tudo incluído”: alojamento e refeições, viagens inter-ilhas e circuitos turísticos.
Afinal alguém aposta nas nossas ilhas. Muito mais ainda está por fazer: apostar a sério em circuitos alternativos.
O Circuito do Triângulo (das três ilhas): Pico, S. Jorge, Faial e Pico – 7 dias; voo da TAP direto Lisboa-Pico-Lisboa; com a certeza de poderem usufruir de observação de cetáceos (a sério), interpretação da paisagem da cultura da vinha; interpretação vulcanológica (Pico e Faial); circuitos pedonais – às Fajãs de São Jorge; Mergulho; Gastronomia; passeios a cavalo; trilhos temáticos nas três ilhas; memória museológica diversa (nas três ilhas); subida à montanha do Pico; e já estarão preenchidos os 7 dias, mas nunca esgotados os temas de animação turística destas três ilhas. Este pacote já existe? Com entrada e saída do Pico? Com a hipótese alternativa, nos meses de Julho e Agosto, de tanto puderem iniciar-se às 5ªs feiras como aos sábados?
Já existe, com hotéis devidamente programados e estadia em pensão completa, viagens de barco ao Faial e a São Jorge, viagens de observação de cetáceos e todas as demais despesas inerentes, já incluídas? Ótimo, mas caso no exista, é tempo de se pensar no assunto: Associação Comercial, ou Associações de Hotelaria em conjugação com Agências de viagens dinâmicas e “agressivas”, neste nicho de mercado: turismo de natureza.
É caro? Sim, mas faz a diferença numa economia em fase difícil…
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